40
O Igarapé do 40 ou Igarapé do Pancada, como era conhecido no passado, são águas antes claras e atualmente turvas que sentiram o peso da chegada da civilização em seu entorno durante a implantação da Zona Franca de Manaus, uma ideia de progresso descortinando-se na capital. Com nascente na Zona Leste de Manaus, ele atravessa bairros até a Zona Sul, em sua foz, carregando através do tempo lembranças de um habitat, saudades dos divertidos banhos em dias de folga e luta por sua existência.
O crescimento desordenado da cidade, a ocupação do espaço geográfico sem planejamento, bem como relevo acidentado da região, somado a falta de consciência ecológica podem demonstrar o descaso do governo e da população pelo ambiente em que se vive. Como em toda regra existe exceções, Frank trabalha a favor do meio ambiente e adverte: "se a população tivesse cuidado, o 'Pancada' seria um bom lugar pra toma banho, um balneário para os finais de semana". Por outro lado, sonha que o tratamento dos resíduos em Manaus deveria ser igual ao do Japão. Para Roberto, nascido criado as margem desse igarapé, a solução para a recuperação do 40 está no ato consciente dos moradores na destinação dos resíduos sólidos.
O 40 no inverno recebe as águas pluviais, além dos efluentes domésticos. Nesse período, é possível sentir sua enorme força em continuar fazendo parte de nossa história. Porém, se ele ficar no esquecimento, sem receber o tratamento merecido, em breve será apenas uma lembrança na memórias dos mais antigos habitantes.